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Desmistificando a Hipnose: Sou Perigosa ou apenas Hipnoterapeuta?



Hoje, durante meu treino na academia, fui apresentada por um colega como "essa é A Perigosa"!

Por um momento, me detive em seu semblante risonho e na expressão de espanto da pessoa a quem fui apresentada.

A princípio, rapidamente, construí uma lista de possíveis significados em minha mente. Confesso que fiquei até preocupada com a conotação desse novo codinome: A Perigosa.

O que eu estaria fazendo naquele ambiente que me pareço perigosa? Perigosa pode trazer vários significados, uns chocantes e outros até desqualificadores. Mas, acreditando sempre que cada ser humano processa sua comunicação de forma diferente, perguntei o óbvio:


"Por que A Perigosa?"

Foi então que ouvi uma resposta, direcionada a colega ao lado, que ainda estava com cara de espanto: "Ela é Perigosa porque hipnotiza as pessoas!" "Não olhe pra ela, porque não sabe do que ela é capaz." "Se você olhar nos olhos dela, já era: descobre todos os seus segredos."


Ufa! Descobri assim, que a lista que havia feito em minha mente fora muito além dessa interpretação. O que, de certa forma, me causou tranquilidade, mesmo sabendo que não representava nenhuma dessas interpretações.


E vim aqui pra dizer a você leitor, que é verdade. Que aconteceu, de fato.


Muitas pessoas ainda carregam mitos em torno da hipnose. Exprimem suas ideias a partir de modelos que assistiram na TV, que viram em redes sociais, que ouviram alguém contar. Estou falando da hipnose usada como entretenimento num palco, um espetáculo.


Mas eu vou lhe contar algo diferente.


Toda hipnose é uma auto-hipnose. Ou seja, ninguém hipnotiza ninguém. Mesmo se eu quiser saber seus segredos não vou conseguir sem o seu consentimento. Sabe por quê?

No nosso consciente, a parte da razão, existe um tipo de "vigilante" que não permite que você fale sem pensar o que não quer falar. É o fator crítico. Ele age, filtrando as informações que sua mente pode deixar passar. Por exemplo: se eu te perguntar se você já passou por alguma situação que lhe trouxe um trauma, e se sua mente agir na função de te proteger, você não vai falar. Isso significa que lá na sua mente mais profunda, no seu subconsciente, essa memória deve ficar quietinha pra não fazer você sofrer revivendo esse trauma.


Por outro lado, se você me permitir guiá-lo ou guiá-la a essa memória, você consegue chegar até lá. Você aceita um estímulo externo que te conduz a uma resposta. Isso é hipnose. Quando está assistindo uma cena que te comove, que te arrepia, que te traz raiva, mesmo sabendo que não é verdade, você passa por essas sensações. A cena é o estímulo externo. Você passou pela hipnose e nem viu.


Não caberia essa explicação naquele momento de treino, mas minha resposta foi que nem se eu quisesse poderia fazer isso. Descrevi o que fazia como hipnoterapeuta: "Eu te acolho, faço uma escuta ativa e com compaixão te conduzo a descobrir de onde vem essa dor que sente na mente e que se expressa muitas vezes no corpo. Esse é meu trabalho. Te ajudo a descobrir sua essência, sua identidade, a perceber que você pode ser quem você sempre quis. É uma terapia breve e eficaz. Mas não sou mágica. A mágica acontece quando você se descobre, se conhece e tem a coragem e a vontade de mudar."


Talvez tenham ficado várias dúvidas no ar. Mas, no fundo, gostei disso. Porque tive a oportunidade de desmistificar a hipnose para mais duas pessoas.

E espero com esse post, atingir mais e mais pessoas com o objetivo de mostrar uma ferramenta terapêutica que funciona, muito bem.




 
 
 

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