"A infância é o chão que você pisa a vida toda"
- Edneide Vieira
- 10 de fev.
- 2 min de leitura
Estava escrevendo uma publicação sobre esse tema e percebi que há muito mais coisas que poderiam ser melhor explicadas.
Sabe aqueles momentos que você não reage e adota os mesmos comportamentos em várias situações?
Vamos aos exemplos: medo de falar em público, medo do abandono, medo de ficar só, medo de se expor, medo do julgamento, medo de sair de uma relação tóxica e muitos outros.
Esses sentimentos que muitas vezes não entendemos e que não somos mais fortes que eles, estão em uma parte de nossa mente bem guardados em um baú. Esse baú foi aberto desde que estivemos na barriga de nossa mãe, em nossa vida intrauterina. E, desde então, vem armazenando vários episódios, traumas, acontecimentos, com a frágil interpretação de uma criança.
Esse baú é a nossa mente subconsciente que tem uma função de nos proteger de perigos que ameaçam a sobrevivência. Então, todas as vezes que uma luzinha vermelha se acender indicando perigo, ou seja, "isso já aconteceu e não foi bom" ela nos impulsiona a não repetir.
Um exemplo bem recorrente que, infelizmente, acontece com muitas pessoas é o de permanecerem em uma relação que não faz bem. Agressões de diversas formas, perturbações, prisões, desrespeito, entre outros, acontecem e a pessoa não tem forças para sair da situação, e, muitas vezes nem entende o porquê.
Vamos a uma explicação!
Um bebê que foi rejeitado, abandonado, que não teve os cuidados principais que necessitava e entendeu que o que passou não foi bom. Representou risco de morrer. E hoje, adulto, sente pavor em ficar só. E por isso prefere estar com alguém, mesmo muito ruim, a estar sozinho.
Nesse baú está guardado esse medo. E como esse perigo ainda está interpretado por essa criança, a mente a protege e faz com que perceba que o perigo não está em ficar mau acompanhado e sim, em estar só. Vão faltar os cuidados que não teve na primeira infância. É como se fosse uma corrente que aprisiona e que impede de dar qualquer passo.
Assim, tudo o que acontece em nossa infância, especialmente até 7 anos, nos conduz a vivermos a vida do jeito que vivemos hoje. Com muitas coisas que não enxergamos com consciência.
Mas o melhor de tudo isso que não é uma condição eterna. Não é uma sentença. Há como acessarmos esse baú para darmos outros significados a esses acontecimentos, episódios e traumas. E confie... É libertador!
Pense em você. Pense em como acolher essa criança e ressignificar a sua vida adulta.
Esse chão, não precisa ser inseguro, não precisa ser frágil. O que precisa é entender como foi o caminhar até aqui e como caminhar a partir de agora.

Comments